
domingo, 28 de novembro de 2010
O que ainda não passou, mas vai passar!

sábado, 27 de novembro de 2010
Novembro vazio
Hoje abri cortinas e janelas
Deixei toda a realidade de fora entrar
Deixei a solidão doer o quanto ela quisesse
Me deixei quebrar, pensando que saberia me colar de volta
Mas perdi alguns cacos na bagunça do quarto
Agora só me resta olhar pela porta de vidro à minha frente
Há uma construção lá fora
Há uma desconstrução aqui dentro
Vejo bagunça por toda parte, por dentro e por fora
Não consigo sentir mais nada... saturei
Não importa quantas pessoas estejam por aí agora
Eu não quero mais o sentir delas
Eu só queria ter lágrimas
Mas já gastei todas elas
Não tenho mais lágrimas
Não sinto mais medo
Não sinto mais nada.
terça-feira, 9 de novembro de 2010
Sem mais vendas...
Todo mundo sempre carrega consigo

Muito mais dor do que quer deixar os outros saberem
Não importa quanta maquiagem usem
Ou as roupas que coloquem para se cobrir
Um dia a dor simplesmente transborda
E, para nossa própria surpresa, pode ser até melhor
Pois é uma chance única que ganhamos da vida
De fazer com que a dor deixe de ser dor, se desfaça
E seja qualquer outra coisa que não nos afete mais.
Sim, vai passar! Até a noite se permite virar dia
E todo aquele ensaio que fizemos quando deveríamos estar dormindo
De repente já não faz mais sentido algum
Porque é o nosso improviso que nos mostra, que nos constrói
É a exposição da dor que a torna tão poética, tão mais leve...
Digam o que disserem, ninguém deveria sentir uma dor assim
Tão grande e tão pra dentro... Lágrimas de criança sempre são mais sinceras!
Quisera eu ser tão honesta assim, mesmo doendo, mesmo mentindo
Mesmo sentindo que ia me partir inteira por dentro
Queria ser capaz de um sentimento tão intenso, tão verdadeiro
Capaz de vencer a força do medo, da vergonha, da própria dor, do próprio existir.
Quisera eu ter um passado inteiro pela frente
Para me fazer viver de forma mais verdadeira
Por todo o futuro que deixei pra trás...
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
Nó
O nó na garganta me tirou o ar, o sono, a fome...
Eu deixo as lágrimas caírem agora, eu não me importo mais com elas
Eu já cansei de tentar parar todas essas sensações
Elas simplesmente não passam, não têm fim.
Eu digo a todo mundo que tá tudo bem, que eu tô feliz,
Mas não adianta, eu ainda não consegui me convencer
Porque ainda dói... e porque esse nó não desmancha
Nem com água, nem com álcool!
Todos os dias eu faço um imenso esforço para levantar quando acordo
Porque o dia tem dado muito trabalho pra passar
Porque continuar respirando tem dado muito trabalho
E eu já não consigo mais... eu simplesmente não consigo.
Lembrar, esquecer, tentar, desistir... dói, simplesmente
E eu não quero mais dor.
É então que percebo que a minha dor é só um pretexto
Para não engolir o nó na garganta, deixa-lo aí onde está
Porque ele foi só o que restou e eu não quero ter que não tê-lo também.
