quarta-feira, 30 de abril de 2008

Hora do show

" E então um dia uma forte chuva veio
E acabou com o trabalho de um ano inteiro

(...)
agora é só você

E não vai adiantar

Chorar vai me fazer sofrer..."


A chuva chega, pra deixar tudo ainda mais úmido, achando pouco o mofo q já toma conta de tudo. Eu vou pra rua, correndo atrás da minha esperança, sem saber ao certo se o q molha minha face são os pingos de chuva ou as lágrimas... olhos vermelhos, cara inchada, eu paro um pouco pra tentar me recompor, mas a chuva continua a cair e a molhar e se confundir com minha dor estravazada.
O céu tão cinzento, tão pesado, até parece q sente o mesmo q eu. Hoje é um daqueles dias em q tudo o q eu gostaria de ter na minha frente era o fundo da rede.
Lá fora, eu tento esconder minha dor, porque me permitir senti-la em sua real medida, seria me permitir dividi-la, mas essa alternativa eu já descartei.
Prefiro o silêncio das lágrimas guardadas. Prefiro o silêncio, q não me compromete, q não me dói. Em casa, o silêncio me aguarda, para ouvir as lágrimas q eu trago da rua, q eu guardo só pra mim. Elas são só minhas, são uma parte de mim q eu não posso dividir, se dividisse estaria simplificando a dor, tornando-a mais banal, estaria me banalizando.
Lembro de quando eu era criança e tudo o q eu mais queria era q me vissem chorando, para q meu desejo fosse atendido. Só q aí, antes mesmo q eu crescesse, a dor se tornou real e eu tudo o q eu mais queria era não chorar mais. Então, guardei pra mim, se ninguém vê é mais fácil fingir q não existe.
Já cansei de me dizer q o pecado só é real quando eu confesso e, já q ninguém o vê, então não tenho por quê confessar, logo, não há "pecado".




"Faltava abandonar a velha escola
Tomar o mundo feito coca-cola
Fazer da minha vida sempre
O meu passeio público
E ao mesmo tempo fazer dela
O meu caminho só
Único
(...)
Só falta (...) Iluminar a vida
Já que a morte cai do azul (...)
Falta eu acordar
Ser gente grande
Prá poder chorar..."




Tão impressionante o trabalho danado q há até q alguém nasça e, tudo isso, pra quê? Que sentido tem um espermatozóide guerreiro chegar ao fim do túnel, se completar, se transformar, se tornar vida e, mais tarde, se tornar morte?
A vida vem e vai, nos leva sem q a gente perceba, sem q possamos descobrir ao q viemos. De q adianta todo esse espetáculo, se durante todo o show não decoramos nossa fala ou ao menos descobrimos qual o nosso papel?
De repente os aplausos acabam, sem ao menos termos visto a hora em q a cortina baixou, sem a menor reverência, sem nada.
Quando se dá conta, não dá mais tempo de atuar, o show ia acontecendo durante os ensaios. Quanta coisa faltou falar, quantas cenas deixadas pra depois, quanta história cortada...
Eu queria uma segunda chance, sei lá, voltar um pouco a fita, ou algo do tipo. Eu teria dito "eu te amo" mais vezes. Algumas pessoas precisam muito disso e nem ao menos sabem o quanto há tantas pessoas q guardam esse "eu te amo" delas.
Eu teria vivido mais esse "eu te amo" se eu pudesse voltar um pouco às cenas anteriores e contracenar com os personagens q já saíram da história.
Só o q me resta então, é aproveitar à partir de agora, afinal, ainda tem muita cena pela frente, ainda dá tempo de eu conseguir o papel principal e protagonizar minha própria história.

Quando a chuva passar, espero q leve com ela as lágrimas q eu dexei pra trás. A dor eu reinvento, transformo em silêncio. Se ninguém vê, nem ouve, é porque não existe.
Não quero a maquiagem borrada pra hora dos aplausos.

terça-feira, 29 de abril de 2008

Sistema circulatório (coração)


Dizem q o coração tem razões q a própria razão desconhece...
Seria tão simples de entendê-lo se fosse só aquela historinha de veia cava superior q bombeia o sangue pro átrio direito q leva pro ventrículo direito q despeja nos pulmões, depois volta oxigenado pro átrio esquerdo e de lá vai pro ventrículo esquerdo, q leva o sangue oxigenado pra todo o corpo q depois devolve pra veia cava superior e recomeça todo o processo.
Não sei porque tanto prazer em se complicar tanto os processos do coração. É tão mais fácil vê-lo imerso dentro de um depósito pra gente poder estudar o q tem por dentro, todas aquelas bicúspedes e tricúspedes.
Ainda bem q, quando o abrem, não dá pra ver as coisas q a gente vai guardando nele durante toda a vida. Eu acho é q todas essas coisas q a gente guarda nele devem viver numa constante jornada, de um átrio pro outro, de um ventrículo pro outro, do corpo até os pulmões e tudo mais. Porque se eu for pensar q fica tudo guardado nesse espacinho do tamanho de uma mão (fechada ainda mais), não dá pra crer q cabe.
Talvez por isso as pessoas tenham tantos problemas de coração, por causa das coisas q deixam ficar guardadas nele.
No meu eu só quero amor! Não importa de qual tipo, não importa se recíproco, ou platônico, ou condicionado, ou gratuito... as paixões fazem as coisas acontecerem, mas só o amor as torna eternas.
Tem sido tão difícil falar de amor nos dias em q estamos. Aliás, difícil não é nem falar, mas sentir, falar ficou tão fácil q já clicherizou, vulgarizou, desencantou.

Eu quero mais encanto pros meus dias, quero mais emoção, q me faça sentir como uma criança com um sorvete na mão (mesmo toda lambuzada se sente a pessoa mais feliz do mundo), q me deixe com sorriso bobo, com o olhar perdido, mas quero principalmente q seja de verdade!
Não quero a sorte de um átrio ou ventrículo, onde tudo q conhece é o passageiro, o andarilho, tudo o q passa por eles, apenas passa e quando volta mais tarde, já não é mais como era antes e nem é com a promessa de, dessa vez, vir pra ficar.
Também não quero a sorte dos amores distantes, aprendi q amar à distância é querer as estrelas enquanto é dia. Não me importo com o q dizem, eu simplesmente não consigo sentir qualquer coisa por qualquer pessoa q não posso tocar e sentir ao meu lado quando eu precisar.
Sou mais da versão de q o q os olhos não vêem, o coração não sente. Na verdade, eu fico me perguntando o quê o coração realmente sente?
Será mesmo q com tanta coisa indo e voltando constantemente, com todo o trabalho q ele tem de se manter batendo o tempo inteiro pra q o corpo ao qual pertence se mantenha vivo e em bom funcionamento, ele ainda tem tempo de sentir alguma coisa?
Prefiro acreditar q aquele friosinho na barriga e tudo o q vem com ele não são responsabilidade de um conjunto de músculos q mal têm tempo cumprir sua obrigação de fazer tudo passar...
Prefiro acreditar q a chave mestra de tudo está em algum lugar entre a hipófise e os forames e, talvez aí, eu encontre a raiz das minhas angústias.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Borrachas...

Todos os seres estão direcionados (não gosto muito do "destinados") à morte, todos somos seres para a morte, ou como diria Freud, todos tendemos ao inanimado.
Durante esse percurso procuramos nos prender o máximo q pudermos à matéria, como uma forma de sentirmos q ficará algo de concreto das coisas abstratas, talvez por isso nos prendemos tanto aos objetos.
Um anel, um papel, ou mesmo uma borracha pode vir me falar mais sobre o q vivi do q fotografias. Aquele objeto aparentemente inútil aos olhos dos outros, tem mais histórias sobre minha vida do q qualquer pessoa seria capaz de entender. Ah se minha borracha falasse...
Mas por que tal apêgo por uma borracha? Pode ser essa ligação dela com meus erros, ou o fato dela ter o poder de corrigir vários deles, quando eu sozinha muitas vezes não consigo.
Eu não vivo de reminiscências, deixo esse tipo de vida para os neuróticos, os esquizofrênicos, eu já passei dessa fase, já consegui me lançar um pouco mais na frente, quem sabe finalmente pra fora de mim.


Quanto às borrachas... preferia não prendê-las. Desejo q elas possam cumprir com seu papel de ser-com-outro apagando aquilo q é necessário no meu processo de transcendência e q possam ter seu merecido descanso quando sua hora de ser-no-mundo se aproximar do fim. Não há motivo para prendê-la, as lembranças q ela deveria trazer consigo foram todas apagadas e espalhadas nos farelos q caíram no chão quando eu soprei.
A saída é se entregar às novas borrachas, deixar q as velhas partam, por mais difícil q possa parecer. Não é nela q estão as lembranças q eu não quero esquecer, é em mim q está. Eu não preciso de algo q apaga pra ter sempre comigo as coisas q eu não quero q o tempo apague. Mas aí eu olho praquele pedacinho verde (ou branco) e lembro de quantas vezes ela foi tão útil, de quanta gente importante pra mim já se utilizou dela pra apagar alguma coisa q precisava... como se livrar de uma companheira q me acompanhou durante tanto tempo por tantos lugares e me lembra tanta gente, tantas coisas?
Faz parte do processo, é preciso se libertar um pouco, principalmente das coisas materiais, principalmente das inúteis. Eu sou um ser q desejo transcender, q desejo a vida, embora isso me torne um ser-para-a-morte. Vou buscar minhas memórias nos lugares certos e usar as borrachas novas para apagar velhos erros.

"Memories are just where you laid them" (Memórias estão apenas onde você as enterrou)

domingo, 27 de abril de 2008

As horas

"Meu coração não se cansa
De ter esperanças

De um dia ser tudo que quer
(...)
Meu coração vagabundo

Quer guardar o mundo em mim..."

Tô desfazendo as minhas malas e o meu guarda-roupa também. Parece q já passou da hora pra uma porção de coisas, mas eu nunca acho q tenha passado da hora pra qualquer coisa enquanto ainda houver um minuto seguinte pra chegar e pelo qual eu possa esperar ansiosamente pra achar q posso esperar mais um pra começar a me mecher.
Eu tô pintando a minha cara, penteando meus cabelos e subindo na salto pra sair por aí... ainda há muita coisa pra ser entendida, mas agora não. Todo mundo precisa tirar o mundo das costas de vez em quando pra ter a coluna ereta, a mente quieta e o coração tranquilo.
Eu tô respirando, isso é importante, embora eu me pegue esquecendo várias vezes durante as horas, durante os dias.
Eu já sei o q eu posso e o q eu não posso, mas também sei q nada é definitivo, até amanhã já vai ter passado tempo demais pras coisas ainda continuarem tão iguais. Eu sei q uma hora elas vão cansar e mudar.

Eu não tenho a menor noção de quanta estrada eu já deixei pra trás, mas tenho alguns quilômetros registrados em fotos guardadas numa gaveta no meu quarto. Há coisas guardadas na minha gaveta de fotos q eu não ousaria mostrar a mais ninguém, são pedaços do meu coração q eu coloquei num envelope para colar mais tarde e aí, acabei gostando de olhar pra eles ali, aos farelos, então findei não colando-os e, mesmo ainda não sendo tarde demais para colá-los, agora eles já não precisam mais ser colados, já passaram tanto tempo ali, q não fazem mais falta alguma, já não há mais lugar nenhum aqui dentro onde eles façam falta, não há mais lugar algum onde eles sirvam pra completar qualquer coisa.
Há pedaços do meu coração q eu não poderia mais colar nem q eu precisasse deles lá... além do mais, cola pode servir para unir cacos, mas nada os fará ser um só novamente.


Eu sei, eu já deveria estar dormindo, mas aí eu me acostumei a brincar de gente grande, q pode assistir qualquer programa de tv, q pode voltar pra casa na hora q quer, q pode ficar acordada até mais tarde, q pode fazer as próprias escolhas (e pagar o preço delas)... qualquer coisa, pendura aí na minha conta q depois papai passa e acerta!
Eu não preciso ser tão gente grande assim, papai é mais grande q eu, então deixa eu continuar a brincar de ser feliz, deixa eu pintar o meu nariz.
As horas vão passar, eu tô vendo o ponteiro rodando. Em algum lugar deve ter um relógio q manda em todos os outros, q quando parar um dia, vai fazer todos os outros pararem também. Uns dizem q esse relógio não existe, outros acreditam q ele tá dentro da gente, contando quantos "tum tum" a gente ainda tem pra fazer antes q ele pare.


"É preciso encarar a vida de frente, encarar sempre a vida de frente e conhecê-la como ela realmente é, pelo menos, conhecer bem a vida para amá-la conforme ela se apresenta a você e depois, descartá-la. Sempre haverá os anos que foram nossos, sempre os anos. Sempre o amor. Sempre as horas."


sábado, 26 de abril de 2008

Amor e amigos

Quanto amor cabe em um coração só?
O quanto cada amor pode ter de verdadeiro em si?
Quanto tempo ele dura verdadeiramente?
Por que às vezes o tempo deixa tudo tão confuso?
Quanto tempo vai levar até eu realmente esquecer aquilo q eu pensei já ter esquecido há tempos...

Eu poderia fazer uma declaração agora, de um amor puro, verdadeiro, gratuito e incondicional: o amor amigo!
Para quem eu encharquei o ombro com minhas lágrimas, enchi os ouvidos com minhas bobagens e roubei tanto tempo tantas vezes: ofereço o meu amor, q já vem com uma infinidade de outras coisas inclusas no pacote.
Para quem teve q agüentar minhas bebedeiras, precisou me dá sermão várias vezes, me viu dar a volta por cima várias outras, me viu amar e desamar: ofereço o meu amor e, principalmente, minha saudade, e VC sabe q é VC!
Para quem sempre teve q viajar quilômetros para ir até mim, sempre foi parar nos lugares mais improváveis por minha causa e sempre foi meu porto seguro em qualquer situação: ofereço o meu amor, q é acima de qualquer outra coisa, amigo!
Para quem já saiu da rotina por minha causa, já perdeu noites de sono e aulas, já foi muito mais q irmã, já foi um anjo: ofereço o meu amor, a minha cumplicidade e a minha admiração.

Tenho colegas aos montes, mas amigos mesmo somente uns poucos e bons. Eles conhecem minhas fraquesas, meus defeitos, meus problemas, minha rotinha...
Eu não preciso andar por aí dizendo q eles são meus poucos e bons amigos, porque um amigo de verdade reconhece o outro sem precisar de qualquer método pra isso.
Não existe uma fórmula mágica ou uma receita infalível para se fazer um amigo. As pessoas simplesmente vão se conhecendo e fazendo parte das vidas uma da outra. Tem todo um processo de construção, trabalho artesanal, pra ter certeza de q uma amizade é realmente uma amizade.
Às vezes uma boa amizade se assemelha a um casamento: não importa a quanto tempo as pessoas se conhecem, nem o quanto se conhecem, mas o quanto são capazes de se conhecer.
Eu não preciso testar meus amigos e acredito q eles não precisem me testar também, mas somos todos membros de uma mesma socidade, então teremos q passar pela pressão das mesmas regras.

"A nossa maior necessidade na vida é de alguém q nos faça fazer o q podemos..." (a esse alguém dá-se o nome de amigo)

sexta-feira, 25 de abril de 2008

... e tudo vira dia!

Quando uma madrugada em claro parece curta demais, e o sol invade meu quarto sem pedir licença, pulando a janela feito menino travesso, então eu percebo que o ideal mesmo era ver a vida se renovando a cada dia, a cada novo nascer do sol...
O fruto q Adão e Eva comeram não era da árvore do saber do bem e do mal, era da árvore do sono e o castigo para todas as gerações futuras não seria o livre arbítrio, mas sim precisar dormir todos os dias e perder o espetáculo q o sol promove toda manhã quando aparece no horizonte. E o preço a pagar para quem assistir a esse espetáculo é um dia inteiro em leg, com os olhos teimando em fechar, a cabeça com vontade própria (de se encostar em algum lugar e lá mesmo ficar) e um humor nada convidativo.
Eu queria tomar jeito, mas nem meus próprios sermões têm servido. Talvez meu problema seja mesmo fala acumulada... ou talvez o silêncio me incomode ao ponto da minha fala não querer parar.
Depois de dias cansativos q passaram e outros tantos também cansativos q já estão previstos, eu me dou a oportunidade de passar uma noite em claro. Não por insônia, nem por vaidade, mas para tentar me dá um pouco da disciplina, q meus pais não conseguiram durante minha infância inteira.
Meu corpo tá exausto, pedindo até pelo amor de Deus uns 12 minutos de paz, mas eu o conheço muito bem e sei q se passariam vários 12 minutos de paz se eu permitisse os 12 minutos iniciais. A cabeça dói, as mãos tremem e eu acho isso tudo muito bom, pois se os lamentos do corpo não servem pra por um pouco de juízo nessa cabeça, não há nada mais q sirva.
Não adianta brincar de ser gente grande e continuar com a responsabilidade de um embrião...


"...
esperando por milagres
Reza até adormecer

Mas só quem sonha acordado

Vê o sol nascer

Pra que sofrer?

Pra quê?"


Eu não acho q juízo seja algo q se possa criar, ou tomar, mas mesmo assim vou tentando...
Pra mim tanto faz o q vem pela frente, quanto tempo de sono eu não vou ter, quantas mil coisas eu terei q fazer, se no final do dia eu ainda puder bater um papo com aquelas pessoas queridas e dá boas risadas de tudo o q aconteceu e tá previsto pra acontecer.
Se eu puder dormir a noite inteira, mas não tiver motivos pra rir no dia seguinte, então de nada me valeu tanto descanso.
Eu fico com os sorrisos, com as alegrias (mesmos q pequenas). A gente leva da vida a vida q a gente leva.
É enquanto a gente dorme q o tempo vence a gente nessa corrida sem fim, ele corre enquanto nossos olhos estão fechados, para q não se perceba o quanto, até q a quando a gente vê, tudo já virou dia.

O homem q se decide a parar, verificará q, Aquele q colaborou com o tempo estará tão adiantado q jamais será alcançado.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

A volta dos q não foram

"A estrada parece não ter mais fim", eu achava isso um clichê ridículo, mas entendo perfeitamente como se sentiram as milhares de pessoas q o usaram.
De repente eu sinto q fui deixando pelo caminho pedaços de mim, talvez não tão sem querer, mas para q alguém me encontre mais tarde. Espero não sentir que perdi e ainda estou perdendo alguma coisa morna e ingênua enquanto a estrada me leva para onde eu nem queria mais saber.
A música nos meus ouvidos parece ter sido feita por algum amigo íntimo meu. O cara sentado ao meu lado percebe as lágrimas q eu tento enxugar, mas pela minha cara de simpatia ele não se atreveria a perguntar nada e muito menos me confortar.
Eu finjo durmir um sono restaurador de todas as forças perdidas nas últimas curvas do caminho, mas enquanto meus olhos estão fechados, meu (in)consciente produz todos aqueles flashes de lembrança q eu preferia não lembrar por muito tempo ainda.
Eu não consigo me acostumar com esse jeito doce e malvado q a vida tem de nos fazer pagar por nossos pecados.

"Eu pago os meus pecados por ter acreditado q só se vive uma vez"


Eu vejo o preço de acreditar em certas verdades, mas não vejo os juros nem os impostos q virão inclusos na hora de pagar o preço.
A bagunça em casa me faz voltar ao mundo real e me sentir ainda mais em casa, embora o cheiro do morfo incomode tanto ou mais do q o cheiro do veneno.
Quando tudo o q eu queria era um abraço amigo e eu o consegui, fiquei pensando por que é q todas as outras coisas não podem ser assim tão fáceis quanto um abraço?
Aquela pessoa na minha frente, a quem eu abracei com tanto carinho, nem tem a menor noção da força q esse momento me deu,
nem tem a menor noção da força q me dá,
nem a menor noção da alegria q tem me trazido em todos esses dias estranhos.
E mesmo q tivesse a noção, não teria idéia da dimensão q tem a essa conexão. Mesmo q o dedinho se desligue por um momento, a conexão vai além do q se pode tocar ou ver, é muito mais de dentro pra fora do q o oposto. Eu não tenho medo de cair, porque eu sei q quando eu levantar, ainda vai ter aquele abraço apertado me esperando.
Sim, eu atravessaria o fogo de olhos fechados se apenas esse dedinho indicador canhoto me guiasse. E eu não voltaria atrás depois.


"Quem não tem nada
Não tem nada a perder
E quem implora de joelhos
Não pode escolher

A dor e a tristeza
Vão Passar
Como tudo um dia passa
Se não te matar

Ah! Eu e minha estupidez
Em um beco sem saída
Ah! Eu e minha estupidez
Olhando o que eu
Achava que era vida

Todo mundo sempre tem
Algo pra aprender
Se quem espera sempre alcança
comece a correr
Se eu soubesse o que hoje sei
Não mudaria nada
O melhor de tudo isso é a chegada
e não a viagem

Ah! Eu e minha estupidez
Em um beco sem saída
Ah! Eu e minha estupidez
Olhando o que eu
Achava que era vida."

domingo, 20 de abril de 2008

Em casa...

"Que saudade agora me aguardem,
Chegaram as tardes de sol a pino,
Pelas ruas, flores e amigos,
Me encontram vestindo meu melhor sorriso,
Eu passei um tempo andando no escuro,
Procurando não achar as respostas,
Eu era a causa e a saída de tudo,
E eu cavei como um túnel meu caminho de volta.
Me espera amor que estou chegando,
Depois do inverno a vida em cores,
Me espera amor nossa temporada das flores.
Eu te trago um milhão de presentes,
Que eu achava que já tinha perdido,
Mas estavam na mesma gaveta,
Que o calor das pessoas e o amor pela vida...
Me espera estou chegando com fome,
Preparando o campo e a alma pra as flores,
E quando ouvir alguém falar no meu nome,
Eu te juro que pode acreditar nos rumores.
Me espera amor que estou chegando,
Depois do inverno a vida em cores,
Me espera amor nossa temporada das flores..."

Eu saio pela casa juntando os pedaços de mim q ficaram espalhados, mas não para levá-los embora (ainda), apenas para saber quantos deles ainda são verdadeiramente meus.
Não sei quanto sobrou de mim entre essas paredes, eu olho para o teto esperando q algumas respostas caiam de lá a qualquer momento, mas aí o tempo passa depressa demais e nada acontece.
Eu sinto minha ausência presente em cada centímetro cúbico daqui, eu posso ouvir ela gritando pelo corredor, tentando me fazer ficar mais tempo, mas o tempo passa depressa demais.
Pelas ruas já não há mais quase nada q me faça ficar. Meus amigos cresceram, seguiram em frente, só eu é q pareço ainda meio criança perdida no meio de todas as histórias q ainda passam bem aqui diante dos meu olhos enquanto caminho sem saber direito pra onde ir.
Eu procuro me livrar do morfo, não só o das minhas roupas, o do meu guarda-roupas, o do quarto, do colchão da cama... eu tô tentando é não morfar também. Mesmo com tudo o q parece ter mudado, as pessoas continuam tão as mesmas q já devem ter morfado e é isso q eu não quero q aconteça comigo.
Eu percebi o quanto eu já não faço falta e quanto já não sinto falta. As pessoas conseguiram entrar e sair de suas próprias confusões sem a minha "ajuda" dessa vez. Eu deveria está arrasada por não notarem mais a minha falta, mas me trouxe uma imensa felicidade saber q eu já não sou mais responsável pelos dissabores da vida alheia.
Meus amores (por mais q sejam ex, sempre serão lembrados como meus amores) ainda vagam por aí com seus novos casos, com seus antigos casos, com suas novas vidas sem a minha. Eu fico feliz por ter passado, embora eu ache q para alguns eu não passei, assim como eles não passaram.
Eu apostei e perdi. Apostei q sempre teria alguém pra quem voltar, mas eu eu percebi q há realmente, eu é q não vou querer voltar.
Eu ando revendo meu porto de chegada. Vejo meu porto alegre, meu porto seguro... sinto falta, mas além da falta q eu sinto, sinto também a falta de vontade de aportar.

Não sei se estou feliz, mas vou seguindo em frente. Ao partir, deixo aqui a minha saudade. Não tenho dúvidas de q esta é realmente a minha casa, mas não tenho mais tanta certeza de q o lugar de onde sou ainda é de mim.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

The end

"Eu fico com a pureza da resposta das crianças, é a vida, é bonita e é bonita..."

O fim da vida chega pra todo mundo, é algo q a gente sabe, mas q sempre pega de surpresa. Quando o fim de uma vida chega, por um breve momento as pessoas acordam do seu sonho de eternidade.
Por menos próxima q eu me sinta dessas pessoas q partem, mesmo assim isso me entristece, não pela pessoa q se foi, mas pela efemeridade da vida. Fico pensando quando chegar minha vez, fico lembrando de quando chega a vez de alguém q se ama e imaginando quando chegar novamente.
Eu aprendi q as pessoas q amamos devemos sempre deixar com palavras doces, pois pode ser a última vez q as vemos. Nessas horas bate a saudade de casa, não tenho certeza de q as palavras q eu falei quando fui embora eram realmente as q eu teria dito se pensasse q poderiam ser as últimas.
Eu q acreditava em finais felizes, começo a duvidar um pouco, pois no final mesmo, sempre vai ter alguém q não vai tá lá pra ver. Como eu posso ter certeza de q no final todos seremos felizes, se no meu final, eu não vou estar lá pra ter certeza? E se finais felizes existem, por que tanta gente fica triste quando ele chega?
Sei q a vida é mesmo essa peça frágil q quebra mesmo com todo o cuidado q seja possível ter e, nesse caso, cola não resolve.
Sim, eu estou de luto, não por quem se foi, mas porque se foi. Tô de luto pela vida, parece bobagem, se fosse pensar assim, todos os dias eu teria q ficar de luto pelas tantas pessoas q morrem e tantas vezes isso não choca ninguém, mas hoje isso me chocou e não importa se mais tarde eu vou estar morrendo de rir por algum motivo tolo, agora, nesse exato momento, eu estou de luto.
Vou juntar minhas coisas, arrumar minhas malas e partir pra casa. Vou pensar melhor sobre todas essas banalidades q tantas vezes passam despercebidas e tenho certeza de q vou chegar à conclusão de q em alguns casos o melhor é não pensar melhor sobre banalidades, pois se elas realmente são banalidades, é porque por algum motivo não adianta pensar melhor sobre elas.
Ainda assim, eu tô voltando pra casa.

"Mudaram as estações
Nada mudou
Mas eu sei que

Alguma coisa aconteceu
Está tudo assim

Tão diferente...

Se lembra quando a gente

Chegou um dia a acreditar
Que tudo era pra sempre

Sem saber

Que o pra sempre
Sempre acaba...
Mas nada vai

Conseguir mudar
O que ficou

Quando penso em alguém

Só penso em você

E aí, então, estamos bem...
Mesmo com tantos motivos

Pra deixar tudo como está

Nem desistir, nem tentar

Agora tanto faz
Estamos indo

De volta pra casa!"

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Pra sempre não é todo dia

"Eu hoje acordei tão só
Mais só do que eu merecia

Olhei pro meu espelho e ah....

Gritei o que eu mais queria

Na fresta da minha janela

Raiou, vazou a luz do dia

Entrou sem me pedir licença
Querendo me servir de guia

Na fresta da minha janela

Raiou, vazou a luz do dia

Entrou sem me pedir licença

Querendo me servir de guia

Eu que já sabia tudo

Das rotas da astrologia

Dancei e a cabeça tonta

O meu reinado não previa

Olhei pro meu espelho e ah....

Meu grito não me convencia

Princesa eu sei que sou pra sempre

Mas sempre não é todo dia

Olhei pro meu espelho e ah....
Meu grito não me convencia

Princesa eu sei que sou pra sempre

Mas sempre não é todo dia

Botei o meu nariz a postos
Pro faro e pro que vicia
Senti teu cheiro na semente

Que a manhã me oferecia
Eu hoje acordei tão só

Mais só do que eu merecia

Eu acho que será pra sempre

Mas sempre não é todo dia

Eu hoje acordei tão só

Mais só do que eu merecia

Eu acho que será pra sempre

Mas sempre não é todo dia."



Eu seria capaz de ter escrito essa música hoje, se não tivessem escrito antes de mim.
Levei muito tempo até conseguir entender o q é q eu realmente sinto, mas aí quando eu finalmente consegui, já tinham descoberto antes e colocado em uma música.
Sem me pedir licença, me abriram, pegaram tudo q tinha dentro e fizeram, de tudo q era pra ser só meu, uma canção pra quem quisesse ouvir.
Há dias q realmente não fazem parte do "pra sempre", não q hoje seja um desses, mas aí a saudade chega e o dia fica tão down, q até a lagartixa no meu quintal, fica sem ânimo pra caçar seu alimento e o deixa escapar, bem ali diante dos olhos.
Há dias em q as coisas normais ficam mais doloridas, as palavras de sempre chegam afiadas e pra quem já amoleceu, elas cortam mesmo. Eu não sei dizer onde dói, nem porque dói, mas sei q dói, eu senti.
Há dias q eu não tenho mais me encontrado. Comecei a me desconstruir aos poucos, pra depois ir construindo algo novo e melhor no lugar, só q no meio da desconstrução eu me perdi e não sei se já me encontrei, mas se tiver encontrado, antes q de eu chegar construíram algo novo no lugar do q eu tava desconstruindo.
Há dias q o encanto está ausente e há ferrugem no sorriso e nem o acaso tem estendido os braços pra quem procura abrigo e proteção...


" Vai ver que é assim mesmo
e vai ser assim pra sempre
Vai ficando complicado
e ao mesmo tempo diferente
(...)
Preciso de oxigênio,
preciso ter amigos
Preciso ter dinheiro,
preciso de carinho
(...)
São tudo pequenas coisas
e tudo deve passar..."

terça-feira, 15 de abril de 2008

Natal é tudo q nasce... hora da ceia!

Natal é tudo q nasce. E depois da tortuosa véspera, o natal veio na hora certa.
A ceia preparada, todos ansiosos, mas ninguém muito pronto ainda, os perus ainda estavam no forno quando os convidados começaram a chegar.
Não deu tempo temperar com amor, nem colocar o milho verde. Talvez por ainda ser abril e ninguém esperar pelo natal nessa época.
Um pouco distante da ceia, o recém-nascido com nome de anjo. Ninguém sabia do natal, ninguém percebeu a ceia, ela apenas aconteceu no mais absoluto silêncio, enquanto os perus eram devorados displicentemente...

É, as coisas não andam muito legais. Eu tento fingir q sim, mas a verdade é q não e aí fica difícil descrever a ceia sem expor tudo o q eu venho tentando esconder.
É difícil falar todos os dias, despir partes de mim e não acabar nua em algum momento, eu tenho resistido bravamente, mas até a toalha já tá pra cair. Enquanto eu esperei pelo meu próprio natal, me programei para a ceia, mas sem prévio aviso, mudança de planos: papai noel não quis vir antes de dezembro.
Devo confessar q já pensei na Benzodiazepina em vários momentos como respota pra tudo, mas não existe chave mestra para todas as respostas. É ilusão.

Então, é natal! Todo mundo vestido com uma "capa" branca, pareceu até ano novo, mas de verdade mesmo, só natal.
Várias mesas dispostas, com lembranças de natais passados jazidos sobre elas. Pelo visto, alguns restos não foram para o lixo no dia seguinte à ceia, deixando o ambiente ainda menos parecido com natal e o cheiro presente no ar, de quarta-feira de cinzas.
Após o fim da ceia, depois de todas as esperanças transformadas em mais restos de lembranças de natais passados, a notícia deste natal. Então, é ano novo também, já q dizem "Ano novo, vida nova!", então, por que não dizer o inverso? Vida nova, ano novo!
E q nesse novo ano as ceias sejam alegres, q o peru possa ser preparado com esmero, q o milho verde não seja esquecido e q todos possam se saciar sem terem à vista os nauseantes restos de lembranças dos natais passados.

E agora q a ceia acabou e o natal já foi "comemorado", vou poder repousar minha cabeça sobre o travesseiro tranquila, pois não deixei a toalha cair afinal. Mas sei q enquanto houverem natais e ceias à frente, ela estará por um fio. Por favor, fechem os olhos quando isso acontecer.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

É véspera

Me ensinaram q o sujeito é individual, é agir e pensar ao mesmo tempo, mas será q eu consigo?
A mesma pessoa me ensinou q quem morre na véspera é peru de natal... me sinto como um hoje.
É véspera... a hora do abate então se aproxima, mas ainda assim não consigo me preocupar. Sou uma perua conformada, não começo a arrancar minhas penas antes da hora, deixo q meu carrasco faça isso.
Passarei a noite em claro, ao menos por desencargo de consciência, afinal, é véspera, tenho q ter a consciência tranquila pra hora esperada, ainda q o preço seja meus olhos pesando de cansaço.
Quero q tudo hoje valha à pena... todos os minutos q passei driblando minhas obrigações e deixando-as pra depois, todos os poemas q escrevi, todas as cartas q enviei (e nunca chegaram a seu destino), todas as pessoas com quem dividi meu tempo até aqui, todos os meus "irmãos" perus, q assim como eu, também estão inquietos nessa véspera.
Eu não sei se consigo agir e pensar ao mesmo tempo, me é um custo fazer um dos dois de cada vez, quanto mais os dois! Mesmo assim, ainda não tenho certeza de que sou um sujeito, muito menos q sou individual, mal me descobri como sendo pessoa, quanto mais toda essa complexidade q envolve o conceito de "pessoa".
Minha única certeza é de q não sou predicado, nem objeto (tanto faz se direto ou indireto). Sou sujeito mesmo, não sei se oculto ou inexistente, mas é o q sou.

Quando eu finalmente consegui arrumar um pouco a bagunça na minha cabeça, olhei ao meu redor e vi a bagunça na minha casa, daí parei, pensei um pouco e percebi a bagunça também nas minhas tarefas, nos meu horários... não sei porque ainda anoto coisas na minha agenda, se não vou mesmo me lembrar de olhar lá depois pra saber o q tem programado.
Acho as agendas uma invenção muito útil, pra anotar coisas q poderia ter sido eu a escrever primeiro, ou falar primeiro, ou pensar primeiro.
Pra mim uma agenda não serve pra agendar, mesmo aqueles q programam tudo com antecedência e já têm todo um esquema de tudo q precisam fazer, a vida tá sempre exigindo improvisos, talvez seja por esse motivo (ou com essa desculpa) q eu sempre acabo improvisando, já desisti de ensaios.
As coisas realmente importantes, eu lembro independente das agendas. Hoje é véspera, isso não dá pra esquecer e não tem agenda nenhuma q me faça lembrar de tudo q preciso pra quando a véspera se transformar em ontem.
Espero q depois de depenada, eu seja ao menos temperada com amor (e não tô falando de sazon).
Espero q não esqueçam do milho verde (eu sempre esqueço), faz toda a diferença!
Espero q não sobre nada, porque o q sobra sempre corre aquele velho risco de ir parar no lixo.

É véspera e eu não me importo. Quem quiser q traga suas armas, a única q eu tenho é minha calma.

domingo, 13 de abril de 2008

Tempo, tempo mano velho



O sono q eu sinto me faz perceber o quanto já é tarde, o quanto o dia passou depressa, o quanto a semana passou depressa, o quanto a vida passa depressa...
Há uns vários dias q eu vejo q o tempo realmente faz tudo valer à pena e nada do q passa é deperdício. Como diz a músisa, o q é início, deixa de ser início e vai chegando ao meio, daí começo a pensar q nada tem fim!

" Tempo, tempo mano velho, falta um tanto ainda eu sei
Pra você correr macio

Tempo, tempo mano velho, falta um tanto ainda eu sei
Pra você correr macio
Como zune um novo sedã

Tempo, tempo, tempo mano velho
Tempo, tempo, tempo mano velho
Vai, vai, vai, vai, vai, vai

Tempo amigo seja legal
Conto contigo pela madrugada
Só me derrube no final..."

Eu escrevo pro tempo passar, pra passar o tempo de quem vai ler
Eu escrevo porque, mesmo as palavras não sendo o suficiente pra dizer tudo, elas são tudo pra dizer o q é suficiente
Ouvi por aí (não lembro onde e sei q não vou me lembrar nem tão cedo) q escrever é a melhor forma de mundar o mundo, reinventá-lo. Se for isso, reinvento o mundo todos os dias pra mim e me reinvento pro mundo.
Eu mudo o mundo quando faço anotações durante as aulas, quando assino meu nome na lista de freqüencia, quando faço um bilhete, um poema, uma canção...
Aprendi q posso, pelo menos, escrever uma carta pra uma pessoa quando não tiver nenhuma outra forma de lhe oferecer minha presença. Isso pode mudar alguma coisa.
Eu tinha esse sonho tolo de querer mudar o mundo, mas aí eu acordei um dia e não tinha mais 1 metro de altura.
O tempo passou, os ventos mudaram de direção e foi preciso então q eu ajustasse a posição das velas do meu barquinho, logo eu q nem se quer sei velejar.
Tudo o q quero (e temo) é q o tempo passe demais.


"Amanhã é um novo dia e é preciso força e coragem, mesmo q seja para não vivê-lo."

sábado, 12 de abril de 2008

Coisas q eu não minto

Tapas na cara só servem se forem dados por pessoas realmente importantes! Amigos são essas pessoas q te fazem fazer o q tem q ser feito na hora em q é preciso.
Tem coisas q eu realmente não sei dizer e tem coisas q eu não quero dizer, porque eu quero continuar a senti-las...
Eu não preciso de mais gente passando a mão na minha cabeça, é de "carão" mesmo q eu preciso, porque tem certas bobagens q eu faço e não falo, mas as q eu falo, são pecados q eu confesso e eu sei q o pecado só é real quando eu confesso. Então, pequei.
Eu sei q felicidade tem um preço, não sei quanto custa a minha, mas quero pagar sozinha, já atrapalhei demais a vida dos outros, daqui pra frente o q eu ganho ou perco ninguém precisa saber.
Eu agradeço cada minuto de sono perdido, cada mínimo esforço, mas eu preciso crescer e não há nada melhor para o caráter do q um pouco de sofrimento. Eu realmente preciso "me virar".
As lágrimas... não, são apenas chantagem!
A lágrima é a última tentativa da dor de chamar atenção. Já que ninguém mais pode ouvir seus gritos, ela se materializa para que a vejam.
Eu não preciso q ninguém veja minha dor e, os q virem, eu prefiro q pensem q é qualquer outra coisa. Eu consigo transformar minha dor em sono se for para preservar meu interior.
Não quero minha dor chamando atenção, por isso pra todo mundo minha cara é de alegria... ninguém merece ter algo a ver com a minha dor.
Como já dizia Greta Garbo, tem coisas no seu coração q você nunca pode dizer a outra pessoa, elas são você, suas alegrias particulares, suas tristezas, e nunca pondem ser contadas. Se as contar, você estará barateando-as, barateando a si mesmo.

Eu já me desobedeci muito, já desobedeci aos outros mais ainda, já provoquei risos, alegrias, mas também raiva, ira, lágrimas...

Eu já fui criança, minina moleca, atrevida, sem medo de nada, nem de viver! Já fui garota quieta, cheia de medos, de inseguranças, cheia de sonhos "bobos" (q depois descobri q não eram só sonhos e muito menos bobos), cheia de vazio e de gritos mudos.
Já andei muito, conheci cidades, fiz amigos q sei q não voltarei a ver, fiz outros q voltarei a ver, mas q até revê-los se passará muito tempo e fiz outros q estarão comigo sempre, aonde quer q eu esteja.
Já morei em cidades q eu queria e em outras q eu não queria e me acostumei com o fato de q a gente sempre acaba se acostumado a tudo e até mesmo gostando! Mas à saudade a gente nunca se acostuma, só passa a gostar em algumas vezes.
Eu já desenhei pra tentar explicar, porque as palavras não existiam. As palavras tantas vezes são tão pequenas perto do q se precisa explicar!
Eu já escrevi, cantei, toquei... já descobri q não importa quantas vidas existem pra frente ou pra trás, melhor eu apostar é nessa!

"
Volta pra casa... me traz na bagagem: tua viagem sou eu
Novas paisagens, destino, passagem: tua tatuagem sou eu

Casa vazia, luzes acesas (só pra dar a impressão)
Cores e vozes, conversas animadas (é só a televisão)
Já perdemos muito tempo brincando de perfeição

Esquecemos o que somos: simples de coração
Volta voando (vinda do alto),derrete o chumbo do céu

Antes que eu saia pela tangente no giro do carrossel

Falta uma volta (ponteiros parados): tudo dança em torno de ti
Volta pra casa... fim da viagem: benvinda à vida real
Já perdemos muito tempo brincando de perfeição

Agora é bola pra frente, agora é bola no chão
Já brincamos muito tempo (até perder a direção)

Na santa paz de Deus No mais perfeito caos."

sexta-feira, 11 de abril de 2008

A linha


Os medos ainda são os mesmos e eu não me sinto crescida o suficiente para deixar de senti-los, tenho medo de quando eu sinto medo e não tem ninguém por perto pra fazer passar.
Quando eu tinha me acostumado com o escuro, uma luz lá longe acendeu e eu senti falta... quando eu achei q estava preparada pro escuro, a luz apagou e eu me senti uma criança de novo, mas não tinha ninguém pra segurar minha mão nem me dá um colo.
Estavam construindo uma casa para restringir minha liberdade, mas então perceberam q se você prende uma pessoa, você se torna responsável por ela e aí abriram as grades da minha gaiola. Não me perguntaram se eu queria ficar livre, não me ensinaram como ser livre, apenas me expulsaram. O q alguns têm por prisão, eu tenho por refúgio.
Eu paro num lugar qualquer por aí, onde todos ao redor estão apenas de passagem e fico encarando a linha do horizonte quase perdida no meio da neblina... lá existe algo esperando por mim, enquanto aqui espero alguém. Sempre há algo esperando por alguém lá depois daquela linha, enquanto algo aqui espera por mim.
Eu ainda não posso ir ao encontro da linha, é preciso q eu aprenda coisas por aqui ainda, como ser uma boa garota, seguir à risca as ordens médicas, não ir durmir tarde quando tiver aula na manhã seguinte e cumprir com as minhas obrigações, como estudar e lavar minhas roupas.

Eu pensava q era criança demais pra já não ser mais tão criança, mas aí eu cresci enquanto os dias iam passando por aqui e nem tinha percebido o quanto.
Ainda grita pedindo pra sair a criança em mim, mas eu construí em mim uma casa para abrigá-la na sua restrição de liberdade. Tenho plena consciência de q já q prendi-a, ela é responsabilidade minha, mas não pretendo soltá-la, ela está protegida agora. Do lado de fora não há mais lugar seguro capaz de te proteger de si!
Meu ombro amigo é abrigo q me livra de todos os medos, capaz de me proteger de mim mesma, mesmo quando eu não quero. Eu o recebo com meu melhor sorriso e meu abraço mais apertado, é então q a linha no horizonte parece ter cansado de me esperar e veio ao meu encontro.
Na verdade, ela ainda continua lá imóvel, apenas mandou um mensageiro seu pra me avisar q não preciso ter pressa, ela estará me esperando quando eu estiver pronta. Agora só o q preciso fazer é aproveitar esse colo abrigo, esse silêncio compreensivo e me permitir soltar minha criança vez ou outra para q ela veja q o mundo ao qual pertencia já não lhe oferece mais proteção e o q ela tem por prisão, na verdade é um refúgio.



"Entre duendes e fadas a terra encantada espera por nós..."

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Tsuru

Sabe aquelas coisinhas q se faz dobrando papel? Pois é, os origamis... tão parecidos com a vida da gente!
Tantas marcas e dobras e cortes, q vão moldando e transformando aquele quadrado perfeito do início pra chegar a esse resultado final q nem sempre sai como o esperado.
Diz um mito oriental muito antigo q se você deseja algo de todo coração e faz mil tsurus, esse desejo se realiza... se é q alguém algum dia já arriscou pra ver se é verdade, eu não imagino essa pessoa, apenas me imagino como um desses tsuru: apenas mais um perdido entre tantos outros iguais.
Enquanto eu vou dobrando e marcando o papel, o mesmo está acontecendo comigo sem q eu perceba, minha cabeça tá longe, todo meu ser tá cheio de paz, até q o origami fica pronto e eu acordo do transe.

" Avião parece passarinho
Que não sabe bater asa
Passarinho voando longe

Parece borboleta que fugiu de casa

Borboleta parece flor
Que o vento tirou pra dançar
Flor parece a gente
Pois somos semente do que ainda virá

A gente parece formiga

Lá de cima do avião

O céu parece um chão de areia

Parece descanso pra minha oração
A nuvem parece fumaça
Tem gente que acha que ela é algodão

Algodão às vezes é doce
Mas às vezes é doce não

Sonho parece verdade

Quando a gente esquece de acordar

E o dia parece metade

Quando a gente acorda e esquece de levantar
Ah ... e o mundo é perfeito

Hum ...e o mundo é perfeito
E o mundo é perfeito

Eu não pareço meu pai

Nem pareço com meu irmão

Sei que toda mãe é santa

Mas a incerteza traz inspiração..."


Tem horas em q eu me vejo perdida em meio à tantas dobras e imagino como deve tá a cabeça de quem me dobra... se a minha q só dobro papel tá como tá, fico imaginando a de quem já me dobrou tanto q nem dá mais pra saber q coisa vai formar no final.
Eu sei q no final eu terei um tsuru, mas o q eu serei no final depois de tantas marcas... as vezes acho q sou um origami pela metade, q de tão complicado q foi ficando, quem tava fazendo desistiu sem terminar pra vê no q ia se transformar, um tsuru talez. No final, nem eu sei no q vai dá.

Não sei o q desejo de todo coração, se um amor de verdade, se dinheiro e saúde e paz, ou sei lá o q mais... espero ter descoberto até completar os mil origamis!

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Minha falta de preocupação me preocupa

Eu nunca disse q tinha todas as respostas e nem q as q eu tinha eram as corretas. Eu só queria um pouco de sossego, ou pelo menos, conseguir me preocupar com falta dele.
Eu vejo as pessoas à minha volta, elas estão tensas, preocupadas, perdendo seu sono, perdendo os minutos preciosos reservados pra pensar na vida e olhar pro nada, perdendo o privilégio de andar por aí com as mãos pro alto porque não há nada com o q se preocupar, quando na verdade há.
Eu não consigo me sentir culpada pelos minutos perdidos olhando para o teto, nem pelos outros tantos perdidos ouvindo a mesma música ou conversando as mesmas bobagens com as mesmas pessoas... eu simplesmente não sei me preocupar e acho q isso me preocupa.
A minha angústia não desperta para os detalhes cotidianos, é aí q eu percebo q a gente não é dono nem de si mesmo e, muitos sabem disso, mas é algo terrível demais pra alguém confessar.

" Vem,que não tem mistério
Que eu não levo a sério

Que eu posso cuidar de mim
Vem, tá tudo tão sério

E eu tão aéreo
Mas eu sempre fui assim..."

Eu sei q no final todos seremos felizes!
Não importa o q vai ficando pra trás, quantas pedras no caminho vão me derrubar, quantos caminhos errados eu vou seguir e quantos vão errar comigo por estar me seguindo...
Para o q passou, ofereço meu esquecimento
Para as feridas nos joelhos das quedas no caminho, ofereço tempo o suficiente para cicatriza-las
Para meus erros, ofereço minha face limpa para assumi-los
Para os q erraram comigo, ofereço meu ombro para as lágrimas q acompanha a decepção e meu agradecimento por ter confiado em mais mais q eu.
No meu esquecimento, eu espero seguir em frente
No meu tempo para as cicatrizes, eu espero seguir em frente
Na minha face limpa pra assumir meus erros, eu espero seguir em frente
No meu ombro coberto de lágrimas, eu espero seguir em frente

A única coisa q ainda me preocupa, é seguir em frente.

terça-feira, 8 de abril de 2008

Cabeça...


"Se alguém perguntar por mim Diz que fui por aí Levando o violão embaixo do braço Em qualquer esquina eu paro Em qualquer botequim eu entro Se houver motivo É mais um samba que eu faço Se quiserem saber se volto Diga que sim Mas só depois que a saudade se afastar de mim Tenho um violão para me acompanhar Tenho muitos amigos, eu sou popular Tenho a madrugada como companheira A saudade me dói, o meu peito me rói Eu estou na cidade, eu estou na favela Eu estou por aí Sempre pensando nela."


Ando com a cabeça esvaziada, talvez seja por causa do forame Magno q eu fiz na parte anterior da minha cabeça na última vez q tentei matar uma barata, ou talvez o excesso de informações tenha me conduzido a um novo equilíbrio, longe dos pensamentos inúteis (e até mesmo dos úteis).
Se eu pudesse sairia agora por aí com meu violão debaixo do braço pra tocar a noite inteira lá na margem do rio, mas ainda não perdi tanto assim a minha lucidez pra sair a essa hora e, além do mais, o rio já cobriu a parte gramada onde tantas vezes já deitei o meu Occipital.
Aprendi q existe o o ciente, o consciente, o lúcido e o sentimental e q eu posso ser todos eles e mesmo assim ser louca, doida, demente... e q até isso depende de mais pontos de vista além do meu;
Aprendi também q a culpa toda pode ser de Deus, se eu realmente acreditar q Deus é essa invenção mentirosa criada pelo homem;
Aprendi q quando uma pessoa morre ela fica cor de transparente pra poder ficar pertinho da gente o tempo inteiro;
Aprendi ainda, q a única solução infalível mesmo é o fogo. É queimar todos os espaços (seres) e colocar outros no lugar.
Eu aprendi uma porção de coisas... a mestra era uma louca de um documentário. Uma louca mais ciente, consciente, lúcida e sentimental do q muitos normais q eu vejo andando por aí todos os dias.


Acho q tô precisando de conserto pro meu "controle remoto"!

segunda-feira, 7 de abril de 2008

X (eu) + Y (eu do outro) = Z (meu eu)



"Eu sou X, mas esse X não é meu. Esse X é de Y... e eu preciso, para ser eu mesmo, me destituir de X.”

Por muito tempo eu me perguntei quem eu seria e nunca obtive muito progresso na busca por essa resposta. Quando finalmente achei que sabia quem eu era, descobri que, na verdade, tudo o que eu sou, não passa de adaptação de coisas dos outros que eu peguei pra mim.

Diz um texto antigo, do qual não lembro
o autor no momento: “com o tempo descobri que há mais dos meus pais em mim do que eu supunha”, já eu, descobri que existe em mim muito mais dos meus amigos do que dos meus pais e não falo só de qualidades ou defeitos, mas sim do jeito “tolo” de encarar tudo na vida.
Eu sou paciente, mas essa paciência não vem exatamente de mim, eu precisei dela pra muitas coisas pelas quais tive que passar e foi um grande amigo que me ensinou a exercitá-la. No entanto, eu não acho que eu precise me destituir dela para ser eu mesma, aliás, não acho que eu precise me destituir de nada que é do outro e que eu incorporei, pois à partir do momento que eu tomei como meu, passou a fazer parte de mim. Não sou uma pessoa menos feliz por ser paciente.
Mesmo os defeitos dos outros que eu tenha incorporado e continue comigo, embora eu não perceba, ainda assim, não acho que eu precise me destituir do que é do outro para ser eu mesma. Se eu for me destituir de cada coisa em mim que não é minha, o que restará de mim no final? A verdade é que já não existe mais um “eu mesmo” para eu ser, não importa o quanto eu tire de mim o que não é meu, pois sempre haverá um algo não-meu em mim. O conjunto desses muitos outros que há em mim é que fazem de mim o que eu sou hoje, não posso simplesmente sair identificando do onde tirei cada coisa pra me livrar delas como se fossem roupas emprestadas.
Talvez eu possa identificar que em mim traços da minha generosidade vêem da minha mãe, um pouco de grosseria que haja em mim vem do meu pai, um pouco de simpatia de alguma amiga que já não vejo há tempos, mas se eu me destituir de todos esses outros que coexistem em mim, não estarei sendo eu mesma, mas sim deixando de ser.
O que eu preciso para ser eu mesma não é me destituir de nada que do que vem compondo o meu eu até hoje. Só o que preciso é ter o meu próprio jeitinho de pegar pra mim o que é do outro. É como cozinhar: mesmo que eu aprenda a fazer arroz com alguém, meu arroz e o da pessoa que me ensinou terão sabores diferentes, por mais que a gente faça a mesma receita. Isso porque o segredo não tá na receita ou no tempero, mas sim nos pequenos detalhes, como por exemplo, como eu corto a cebola, como eu refolgo o alho. O que importa em mim não é de onde saiu a “receita” pra eu ser o que eu sou, mas sim em como eu me utilizei dos “temperos”.
Caso eu realmente precisasse rever meu eu e retirar aquilo que me faz menos eu, eu não tiraria o que eu peguei do outro, mas sim aquilo que o outro já pegou de mim e não lhe serviu pra que seu eu fosse mais seu, pois talvez me destituindo de um eu do outro que o faz ser menos dele, ele passasse a ser mais eu do outro do que meu.

“Eu sou um intervalo entre mim e o que o desejo do outro fez de mim” (Fernando Pessoa)

Talvez eu precise me destituir do desejo do outro pra poder ser eu mesma, ou talvez seja isso que faz com que eu seja quem sou, se eu levar em conta o pensamento de Fernando Pessoa. Na dúvida, por que deixar pra trás qualquer desses pequenos detalhes que têm feito tanto sentido em mim durante tanto tempo que nem lembro mais quanto?
Se eu acreditar que o que eu sou realmente não sou eu e que eu preciso me destituir disso pra poder ser eu mesma, então eu corro o risco de não chegar a mim mesma nunca, pois há em mim vários X que não sabem de qual Y são. A única certeza que eu tenho é de juntá-los aqui dentro do que eu chamo de minha subjetividade e formar um único Z.

"Eu não sei na verdade quem eu sou, já tentei calcular o meu valor
Mas sempre encontro um sorriso e o
meu paraíso é onde estou
Por que a gente é desse jeito criando conceito pra tudo que restou?
Meninas são bruxas e fadas, palhaço é um homem todo pintado de piadas
Céu azul é o telhado do mundo inteiro, sonho é uma coisa que fica dentro do meu travesseiro..."

domingo, 6 de abril de 2008

La cucaracha


Segundo a Teoria do Caos, uma borboleta batendo as asas lá no japão nesse exato momento pode estar mudando a direção dos ventos q chegam às velas de um barquinho navegando nesse exato momento por aqui mesmo, no oceano atlântico, o q pod mudar o rumo da vida das pessoas nesse barquinho. Se eu me permitir acreditar nisso, sou obrigada a partir de agora, a incluir as baratas, não a parte dos ventos, mas a parte de mudar o rumo da vida.
Foi a partir de uma barata q a realidade me pareceu bem mais dura do q as pessoas estão acostumadas a acreditar. Não, não está tudo uma maravilha, se alguém quer mesmo acreditar q sim, visite antes o hospital público mais próximo e veja quantas "baratas" existem lá e o quanto elas se parecem com seres humanos.


Ainda sobre a Teoria do Caos, eu responsabilizo as baratas pelos tremores, não só os d terra, mas os d cabeça também. Eu tava mesmo precisando de uma chaqualhada na cabeça pra conseguir enxergar meu anjo da guarda bem ali do lado, com as azas abertas pra nenhum mal me atingir e perceber q aqui existem pessoas q se importam se eu sobrevivi aos tremores.
Coisas simples podem mudar a vida de qualquer pessoa, não é bem q vá mudar a vida em si da pessoa, mas como essa pessoa a vê.
Eu vejo agora a minha vida um pouco mais frágil do q o de costume, capaz de padecer a qualquer momento se eu quisesse, ou mesmo contra a minha vontade. O q eu vou poder levar de verdadeiro quando chegar o momento?
Por hora, nada de preocupações com as baratas, nem mesmo com aquelas espalhadas em cadeiras pelos corredores, pois continuarão lá independente da vontade q eu tenha de q não continuem, isso é problema bem além da minha responsabilidade, ao menos não atirei contra essas meu inseticida.

Quanto aos meus amigos, "me desculpem por tudo isto q está acontecendo".

quinta-feira, 3 de abril de 2008

O nascimento de Deus (?)

Eu já não sei mais q dia é hoje, nem quanto tempo falta pra acabar o mês ou se o mês acabou de começar.
Não tenho mais noção de tempo, nem de espaço, nem dimensão alguma...
Tudo o q sei é q qualquer coisa q atravesse a fronteira do meu pré-consciente já me é alheia.
Hoje fui em busca do meu arco-íris, mas onde um acabava, outro começava... como saber qual direção seguir? Já vivo tão farta de escolhas q deixei passar. Guardei bem aquela imagem perfeita do encontro dos dois arco-íris e, em seguida, continuei meu caminho sem me desviar mais.
Tanta coisa ocupando minha cabeça, tantos problemas alheios à minha responsabilidade, ninguém viu, mas no céu as cores faziam parecer q tudo era acaso, me fizeram acreditar num encontro casual.




Dois arco-íris se encontrando, mais parecia o encontro de dois amantes q há muito tempo esperavam um pelo outro. Naquele encontro raro, se completaram, se permitiram, não tiveram pudor nenhum em expor toda sua beleza e transmitir toda sua felicidade para q o mundo pudesse ver (se quisesse) q o infinito existe dentro de cada um e não apenas na imensidão daquele céu.
Nem mesmo as nuvens foram capazes de dete-los, elas apenas tentaram ocultar uma parte do todo, mas não conseguiram ocultar o todo de sua imensidão.
E aí, nessas horas, me lembro daquele velho questionamento: onde está Deus? Se a fé é crer no q é indizível, é saber q há um ser e não uma coisa, então, onde Ele está?
Se eu me desse o direito de crer q Ele algum dia morreu, eu teria certeza de q nasceu novamente, fruto do amor daqueles dois arco-íris.

Se dois arco-íris podem se encontrar, o q me faz pensar q não sou capaz?
Tantas pessoas e carros passando, mas ninguém parou pra reparar como era possível aquele encontro ali tão exposto gratuitamente para os mortais medíocres, ninguém exceto uma criatura qualquer, perdida em seus devaneios... poderia ter sido uma folha de árvore recém caída no chão, ou um inseto, um réptil, um quadrúpede... mas foi um homo sapiens sapiens!
Se Deus realmente está presente na mais sutil beleza, tenho certeza de q Ele estava acabando de nascer daquele encontro, naquele momento.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

É tudo culpa do recalque


Eu queria inspiração, não somente pra escrever, mas principalmente pra viver. Eu sou um liquidificador cheio até a borda, ligado no "pulsar" e sem tampa. Se não dá nem pra imaginar o tamanho da bagunça, imagine ter q organizá-la.
No livro da minha vida há alguns capítulos q precisam ser encerrados, no entanto, comecei outros sem o término dos anteriores e isso não foi uma coisa muito legal.
Eu vivo num lugar, mas minha cabeça em outro(s). Eu sinto como se estivesse vivendo minhas vidas passadas e futuras todas ao mesmo tempo apenas nessa.
Aqui não há verdade em lugar algum e talvez não seja culpa do lugar, mas minha. Eu tenho procurado verdades, quando deveria estar construindo-as, pois elas não vão um belo dia cair do céu e me dá a receita da satisfação.
Pois é, Freud explica! Aquele louco... mas ele entende. Talvez eu tenha fixação na fase fálica, ainda não fui capaz de superar a minha falta, nem se quer, de descobrir o q falta. Talvez eu tenha sido recalcada demais (por mim mesma até) e por isso esqueci o q me falta sem ter conseguido superar antes.
Olhando de longe, ou mesmo de perto, ninguém pode imaginar a bagunça q se passa na cabeça alheia. Eu tenho tentado organizar minhas idéias e empurrar pro inconsciente o mais rápido possível aquelas q precisam estar lá, e então, me sinto feliz por não saber o q se passa nele, pois se do lado de cá tá tudo tão confuso, não quero nem imginar do lado de lá.

"Todos os seres tendem ao inanimado." (Freud)


Pois é, Freud explica, e explica mesmo! Eu não sou dona dos meus pensamentos, pois não posso controlá-los. Pelo menos não estou sozinha nessa, ninguém é dono dos próprios pensamentos já q ninguém é capaz de controlá-los. Qualquer dúvida, chama o recalque e manda pro inconsciente q é melhor.
Eu tenho tendido cada vez mais pro inanimado, fico horas parada olhando pro teto, pensando nos capítulos em aberto no livro da minha vida. É uma parte preciosa de mim q ninguém vê e, mesmo os q conhecem partes por histórias q eu contei, mesmo esses não podem vê quanta coisa precisa ser escrita pra eu finalmente seguir adiante. Se eu pudesse controlar meus pensamentos, apenas censuraria toda essa bagunça interior e mandaria tudo pro inconsciente e, mesmo q eu lembrasse de alguma coisa vez por outra, ou tivesse um sonho estranho com meus pensamentos se rebelando porque os recalquei, eu poderia viver tranquila a maior parte do tempo até alcançar o meu inanimado.

Eu sei q meu inconsciente me leva pra onde meu desejo aponta e, para minha felicidade, já sei também pra onde é q ele aponta. Agora só me falta chegar lá, descobrir q na verdade FALTA o objeto do meu desejo lá onde eu espero encontrá-lo e, então, vou poder superar (ou não), esquecer (ou não), seguir em frente (ou não) e não precisar mais me preocupar com minhas neuroses a partir de então.

terça-feira, 1 de abril de 2008

Mentiras sinceras me interessam

Ando vivendo meu próprio apocalipse... nunca tive tantas revelações em tão pouco tempo!
De repente tanta coisa fez sentido q eu me senti perdida no tempo, querendo voltar atrás pra dá um abraço mais apertado, ser tão compreensiva quanto o momento tava exigindo e eu não sabia.
Hoje eu vejo q sofrer sozinho é um direito q todo mundo tem e quer de vez em quando. É mais fácil se perder na própria confusão do q se entender e assim perder alguém.
Eu não sei usar palavras pra consolar alguém q perdeu, nem sei bem se há consolo pra isso, mas se eu soubesse q muito mais coisas haviam se perdido, além das q já estavam óbvias, eu teria abraçado mais apertado, teria compartilhado aquelas lágrimas todas, teria tomado a dor pra mim e feito com q ela passasse mais depressa.

Ei VC, isso mesmo, VC (e vc sabe q é com vc q eu tô falando)! Sabe o q eu tive vontade de fazer depois de tudo q me revelou? Eu poderia ter te dado uns tabefes sua tapada! Mas a vontade q eu tive foi de te colocar no colo e não deixar q nada (ninguém) mais no mundo te fizesse tanto mal...

"O tempo faz tudo valer à pena e nenhum erro é desperdício..."


Não, a dor não ensina, mentira de quem disse isso! A dor só dói. O aprendizado está em como superar a dor e não em como senti-la. Sinceramente chego a achar às vezes q seria melhor morrer na ignorância.
Hoje eu queria apenas mentiras com cara de verdade, mas o q ganhei foram verdades sem cara de mentira. Não é porque entendo algo q isso se torna um algo mais simples.
Se o sexo realmente faz parte do amor, hoje descobri q o amor já foi reduzido a uma estrutura cavernosa com espaço para os vazos sangüíneos se dilatarem e irrigarem tudo, então tudo acontece quando essa estrutura encontra com um canal com um colo no final e lábios na entrada... quem é q não pensa nisso, não é mesmo? A gente só não pensa q é assim tão mecânico.
Eu não preciso respirar formol por uma hora e meia pra saber q o amor não tem nada a ver com isso, e q dali não sairá mais vida alguma. Eu não preciso me nausear com o conjuto de cheiros, imagens e tatos pra saber q eu não vou esquecer de tudo q finalmente fez sentido hoje.
Eu não sou tão séria quanto parece às vezes q eu sou. Eu também já senti a dor, já perdi e já escondi dos amigos mais importantes o quanto eu tinha perdido e eles, assim como eu, só descobriram depois q poderiam ter me abraçado mais apertado e me colocado no colo pra me proteger de mim.

E quanto a VC, mesmo q não tenha entendido o meu recado, eu repito agora de um jeito mais claro: conta comigo sempre pro q precisar, porque mesmo com vontade de te dá uns tabefes, é sempre um abraço q VC vai receber.