quarta-feira, 2 de abril de 2008

É tudo culpa do recalque


Eu queria inspiração, não somente pra escrever, mas principalmente pra viver. Eu sou um liquidificador cheio até a borda, ligado no "pulsar" e sem tampa. Se não dá nem pra imaginar o tamanho da bagunça, imagine ter q organizá-la.
No livro da minha vida há alguns capítulos q precisam ser encerrados, no entanto, comecei outros sem o término dos anteriores e isso não foi uma coisa muito legal.
Eu vivo num lugar, mas minha cabeça em outro(s). Eu sinto como se estivesse vivendo minhas vidas passadas e futuras todas ao mesmo tempo apenas nessa.
Aqui não há verdade em lugar algum e talvez não seja culpa do lugar, mas minha. Eu tenho procurado verdades, quando deveria estar construindo-as, pois elas não vão um belo dia cair do céu e me dá a receita da satisfação.
Pois é, Freud explica! Aquele louco... mas ele entende. Talvez eu tenha fixação na fase fálica, ainda não fui capaz de superar a minha falta, nem se quer, de descobrir o q falta. Talvez eu tenha sido recalcada demais (por mim mesma até) e por isso esqueci o q me falta sem ter conseguido superar antes.
Olhando de longe, ou mesmo de perto, ninguém pode imaginar a bagunça q se passa na cabeça alheia. Eu tenho tentado organizar minhas idéias e empurrar pro inconsciente o mais rápido possível aquelas q precisam estar lá, e então, me sinto feliz por não saber o q se passa nele, pois se do lado de cá tá tudo tão confuso, não quero nem imginar do lado de lá.

"Todos os seres tendem ao inanimado." (Freud)


Pois é, Freud explica, e explica mesmo! Eu não sou dona dos meus pensamentos, pois não posso controlá-los. Pelo menos não estou sozinha nessa, ninguém é dono dos próprios pensamentos já q ninguém é capaz de controlá-los. Qualquer dúvida, chama o recalque e manda pro inconsciente q é melhor.
Eu tenho tendido cada vez mais pro inanimado, fico horas parada olhando pro teto, pensando nos capítulos em aberto no livro da minha vida. É uma parte preciosa de mim q ninguém vê e, mesmo os q conhecem partes por histórias q eu contei, mesmo esses não podem vê quanta coisa precisa ser escrita pra eu finalmente seguir adiante. Se eu pudesse controlar meus pensamentos, apenas censuraria toda essa bagunça interior e mandaria tudo pro inconsciente e, mesmo q eu lembrasse de alguma coisa vez por outra, ou tivesse um sonho estranho com meus pensamentos se rebelando porque os recalquei, eu poderia viver tranquila a maior parte do tempo até alcançar o meu inanimado.

Eu sei q meu inconsciente me leva pra onde meu desejo aponta e, para minha felicidade, já sei também pra onde é q ele aponta. Agora só me falta chegar lá, descobrir q na verdade FALTA o objeto do meu desejo lá onde eu espero encontrá-lo e, então, vou poder superar (ou não), esquecer (ou não), seguir em frente (ou não) e não precisar mais me preocupar com minhas neuroses a partir de então.

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