domingo, 20 de novembro de 2011

Sem superar os mesmos velhos clichês





Então, o tempo passou (de novo)...
Eu pensei que ia conseguir superar dessa vez,
Mas foi aí que me dei conta de que essa é apenas mais uma das muitas coisas
Nas quais eu ainda não consigo fazer direito... superar.
A vida segue como sempre e essa é uma das muitas frases
Que vem parecendo cada vez mais clichês no meu repertório
E eu ainda estou aqui nessa janela olhando a vida passar lá fora
Enquanto eu me pergunto o que fazer com o que restou:
De mim, de nós, de você, das lembranças e dos sentimentos todos.
Acho que dessa vez vou me permitir não querer mais superar
É muita energia desprendida pra um resultado tão insatisfatório!
Vou continuar escrevendo aquela carta imensa, aquela lá que nunca termino,
E vou despejar aquelas palavras todas (e tolas) para que você as leia algum dia
Ainda que eu nunca te envie ou coloque seu nome no envelope.
Mas antes, vou me permitir, vou me demorar, me perdoar e, quem sabe até,
Eu me deixe ir dessa vez...
Sim, eu quero ir.
Eu vou para aquele lugar lá na frente onde tudo isso já passou
Mesmo não sabendo onde fica tal lugar, ou se ele existe realmente,
Eu vou, e dessa vez vou acompanhada comigo e não volto.
Então, vou te escrever de lá, contando como tudo parece exatamente
Como nós já tínhamos previsto: tão igual a algo ao que nunca existirá.
E nós vamos voltar aqui e viver tudo isso de novo
E achar que já sabemos como essa história termina, porque já a vivemos antes
Já vivemos tudo isso milhares de vezes antes, mas nunca é igual, não é mesmo?
E então, eu vou achar que já superei de novo, até estar nessa janela mais uma vez
Escrevendo um outro poema e me perguntando o que fazer...
Mas sim, eu quero ir. E dessa vez, eu vou apenas me deixar... até me perder.
E, se nos encontrarmos, ainda mais uma vez
Após todo o tempo ter passado (de novo),
Então, vamos ao menos nessa vez, fingir que é uma nova história
Porque nunca é igual (já sabemos) e o tempo sempre passa (que clichê!).
E dessa vez, eu prometo não fingir que superei,
Porque pouco importa o que não fazemos direito,
Enquanto houverem palavras que ainda vamos repetir
E janelas pelas quais eu ainda vou me perder em pensamentos.

domingo, 16 de outubro de 2011

Sem mais asas...




Tenho andado muito cheia
De amigos, de amores, de sonhos e de dores...
Nada disso me preenche tanto quanto as angústias
Nem mesmo o prazer, nem mesmo o melhor sono.
Tenho voltado aos lugares onde estive
Pra descobrir que nunca estive lá e que nunca estarei novamente,
Pois a pessoa que retorna lá e que retornará alguma dia
Será sempre, em alguma medida, uma outra pessoa...
Não deixo mais para depois o que eu tenho que viver,
Pois perco a chance de ser eu mesma naquele momento singular
Pois a pessoa que algum dia vai viver o que deveria ter vivido
Pode até ainda ser eu, mas jamais será eu hoje, SENDO quem eu SOU hoje.

O que eu sinto hoje faz parte de quem me tornei,
Mas eu não sou apenas o que eu sinto!
O que eu penso hoje faz parte de quem me tornei,
Mas eu não sou apenas o que eu penso!
Eu sou, acima de qualquer outra coisa, esse momento
Esse aqui e agora, esse segundo que acabou de passar...
E mesmo assim, eu escolho me demorar, escolho permanecer,
Escolho ser responsável por não ser mais o final de semana que passou.

domingo, 17 de julho de 2011

A Cega e o Campo de Rosas

Veja, o caminho que trilhamos

Parece que tudo acabou

Que nosso tempo se esgotou

Que é dar adeus pra que partamos


Não perca, seu jeitinho inocente

Porque foi Deus quem te moldou

Quando te fez Ele falou

É especial, é diferente


E quando estiver bem cansada e olhar

Meu olhos brilhantes de lágrimas

Eu quero te olhar tão bem

Pois a saudade que me vem

É injustamente errada


E quando estiver bem cansada e olhar

Aí do seu lado eu quero estar

Eu quero te olhar também

Com um sorriso te ver bem

Te sentir serena e calma


Seja, tudo aquilo que quiser

Porque ninguém te limitou

Até voar você voou

Foi até pra lua a pé


Hoje, digo adeus e vou embora

Mas deixo algo em você

Pois uma cega nada vê

Em um campo de rosas


E quando estiver bem cansada e olhar

Meu olhos brilhantes de lágrimas

Eu quero te olhar tão bem

Pois a saudade que me vem

É injustamente errada


E quando estiver bem cansada e olhar

Aí do seu lado eu quero estar

Eu quero te olhar também

Com um sorriso te ver bem

Te sentir serena e calma

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Tão clichê...


Tão clichê justo eu ter me apaixonado por alguém do seu tipo...

E tão mais clichê ainda essa nossa história

Ter acabado por se transformar num filme épico

Desses com finais alternativos, mas nenhum realmente feliz.

Eu não te prendo, eu não te tenho...

Se quer aprender em outros braços, vá... mas volte algum dia para os meus!

Manterei meu colo desocupado e macio para o teu repouso

Você reconhecerá que era exatamente isso que lhe faltava

E não precisará buscar por mais nada mundo afora

Porque tudo o que nós precisamos, nós já teremos: um ao outro.

Tão clichê escrever esse tipo de poema pra você (mais uma vez)

É que eu andei perdida por aí, seguindo outros caminhos

Andei seguindo outros rumos para ver se conseguia me perder de ti

Mas eu já estava perdida em ti, não tem mais saída...

Agora só me resta lembrar com saudade

De todos os momentos clichês que passamos juntos

E saber que foram tão únicos, tão especiais!

E, no final das contas, qual é mesmo o problema com clichês?

Um fim de tarde, uma música leve, a brisa soprando...

Pra ser bem sincera, nós devíamos escrever mais um capítulo dessa história,

Pois acabei de descobrir: adoro clichês!