Já cansei dessa saudade constante
De todos que eu sei que não vou poder ter sempre por perto
Não foi bem isso que, quando criança,
Eu imaginei que sentiria quando crescesse...
Eu imaginava o que fazer no dia seguinte, na semana seguinte
Até mesmo no ano seguinte,
Mas nunca havia pensado em como seria realmente
Quando tudo tivesse passado;
Não estava preparada para viver deixando sempre pra trás
Aqueles que fizeram parte da minha história,
Com quem eu dividi muito mais do que momentos, dividi a mim mesma
Cansei de despedidas! Não preciso mais delas.
Eu não sabia que crescer seria assim
E sinceramente não tô gostando nada
Ainda sou criança demais pra já não ser mais tão criança...
Chega uma hora em que qualquer um
Cansa de ser a pessoa que todo mundo vê
E passa a ser simplesmente a pessoa que é
Infelizmente alguns não estão prontos
Para conhecer o verdadeiro “eu” de quem amam;
Há tempos sou apenas a pessoa que sou
Tem sido mais fácil, mas nem por isso melhor.
Sou alegre, mas não necessariamente feliz
Ultimamente, nem alegre, eu acho.
Talvez eu ande mais feliz do que alegre
Ou talvez, mais confusa do que feliz e alegre.
Eu queria respostas e não perguntas novas
Eu queria ser lembrada, mas por pouco tempo,
Não por tempo o suficiente pra saudade vir e fazer seu estrago.
Gosto de saber que pensaram em mim
Que lembraram de alguma bobagem que eu disse na hora errada
Gosto de saber que um sorriso, mesmo que de leve,
Apareceu nos lábios de um amigo
Enquanto ele lembrava algo que viveu comigo
Gosto de saber que contribuí, mesmo que só um pouco,
Com a alegria de alguém,
Mas detesto quando alguém fica mal e eu sou responsável por isso
Acabo me sentindo mal por isso
Aliás, detesto saber que meus amigos estão mal
Mesmo que não seja minha culpa.
Todos os dias temos inúmeras escolhas a fazer
Pode ser que as que eu fizer daqui pra frente
Deixem algumas pessoas, de quem gosto, tristes e eu vou detestar isso
Não espero (nem quero) que me entendam
Chega uma hora em que a vida de todo mundo
Deixa de ser um livro aberto
E eu não tenho nenhuma maturidade
Pra tá expondo tanto as besteiras que eu faço.
Vai chegar o dia em que aqueles que me temem
Já não precisaram mais disso;
Vai chegar o dia em que meus inimigos não terão mais
O prazer da batalha, eles terão vencido
E isso não lhes trará alegrias, apenas remorso;
Vai chegar o dia em que não importará mais quem eu realmente amei
Porque, apesar de tudo, eu amei ter passado pela vida de cada pessoa
E ter permanecido em algumas;
Vai chegar o dia... e não falta muito!
Já tô cheia demais de remendos
De tanto que eu já me quebrei e de tanto que já me quebraram.
Não quero mais remendos nem conserto
Quero começar do zero
Ou então, parar por aqui mesmo,
Se bem que ainda há muito pela frente
Pra eu já está pensando em parar.
Ultimamente meu lugar tem sido lugar nenhum
Parece que em todos os lugares
O vazio que eu costumava deixar foi preenchido
E agora eu estou sobrando...
Agora, nesse exato momento, parei um pouco
Refleti sobre minha vida e a vi tão frágil e pequena
Capaz de perecer a qualquer momento se eu quisesse
Ou mesmo contra minha vontade,
Quantos sentiriam minha falta?
Quantos sentirão?
Quantos já estão sentindo?
Eu nunca vou saber, Mas eles também não saberão
Por quanto tempo ainda sentirão minha ausência
Até poderem me ver de novo, ou simplesmente
Até me esquecerem.
Agora meus olhos pesam
Talvez minha pressão tenha baixado novamente
Ou talvez seja apenas hora de descansar
Esquecer um pouco a gravidade
E fugir do peso da responsabilidade,
Amanhã é um novo dia e é preciso força e coragem,
Mesmo que seja para não vivê-lo.