quinta-feira, 1 de maio de 2008

Palhetas perdidas


Meus dedos já não são suficientes pra contar quantas palhetas deixei perdidas ao longo dos caminhos q percorri com o violão na mão, procurando uma sombra fria onde eu pudesse me sentar e tocar as canções q já me acompanham estrada afora.
Palhetas... coisinhas fáceis de se perderem da gente e q fazem uma falta danada, principalmente aquelas com as quais se forma todo um vínculo sentimental, por sua história, como ela chegou até aqui, quem deu, como foi encontrada... pra mim, são semelhantes às pessoas realmente queridas q passaram pela minha história, mas só ficaram durante uma canção, depois passaram sem q eu tivesse tempo de pedir bis.
Boas palhetas são como aqueles bons amigos q eu quero ter sempre por perto e não quero perder nunca! Os quero comigo não apenas por uma música, mas durante toda a jornada, em qualquer lugar onde eu parar pra tocar uma, ou onde me pararem pra tocar uma.
Os amigos... coisinhas fáceis de se perderem da gente e q fazem uma falta danada. Os bons nunca se perdem, sempre estão por aí quando se precisa de qualquer coisa, os mais queridos, estão sempre presentes, mesmo q ausentes. Pena q com as palhetas não é assim, as mais queridas e as boas são as primeiras e se perderem e raramente voltam.
Os amigos queridos eu guardo em um lugar especial no meu coração, as pelhetas mais queridas, eu guardo num lugar especial nas minhas coisas... mesmo assim, mais cedo ou mais tarde, ambos acabam seguindo em frente independente de mim.
Sinto falta das palhetas e amigos q não estão comigo quando preciso. Me perdoem os amigos q se ofederem pela analogia às palhetas, mas dentro do mundo material, a única coisa q eu achei para conseguir equiparar o valor, foi uma coisinha tão inperceptível, tão útil e tão importante na minha vida como ninguém consegue entender.
É como ir a um lugar encontrar aquela pessoa querida e ela não está lá, é assim q me sinto quando estou com o violão no colo, pronta para a primeira música, coloco a mão no bolso e descubro q mais uma palheta me deixou.
E é por achar q tantas pessoas na vida da gente são essas "coisinhas pequenas" tão dispensáveis, q elas se vão e a gente não se dá conta, até q em algum momento, precisamos delas e é, ao "colocar a mão no bolso", q descobrimos q as perdemos e quanta falta elas são capazes de nos fazer sentir.

Eu daria meu violão pra ter de volta todas as palhetas q se foram.
Alguém pode pensar q não adianta nada encontrar todas as palhetas perdidas se não tiver mais o violão, mas não é bem assim.
Cada palheta tem um pedaço daquela música q fez parte daquele pedaço da minha vida q eu deixei de tocar. Vai chegar uma hora em q não vai mais adiantar ter o violão me acompanhando se eu já tiver perdido todos os pedaços de música de partes da minha vida e então, eu e ele nos tornaremos velhos companheiros de estrada silenciados durante o trajeto, por não descobrir a tempo q as nossas "coisinhas pequenas" é q faziam toda a diferença na hora de tocar aquela canção q o momento precisava.
Eu daria meu violão pra ter de volta todos aqueles bons amigos q se foram.

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