segunda-feira, 26 de maio de 2008

Momento egocêntrico

Já cansei dessa saudade constante

De todos que eu sei que não vou poder ter sempre por perto

Não foi bem isso que, quando criança,

Eu imaginei que sentiria quando crescesse...

Eu imaginava o que fazer no dia seguinte, na semana seguinte

Até mesmo no ano seguinte,

Mas nunca havia pensado em como seria realmente

Quando tudo tivesse passado;

Não estava preparada para viver deixando sempre pra trás

Aqueles que fizeram parte da minha história,

Com quem eu dividi muito mais do que momentos, dividi a mim mesma

Cansei de despedidas! Não preciso mais delas.

Eu não sabia que crescer seria assim

E sinceramente não tô gostando nada

Ainda sou criança demais pra já não ser mais tão criança...

Chega uma hora em que qualquer um

Cansa de ser a pessoa que todo mundo vê

E passa a ser simplesmente a pessoa que é

Infelizmente alguns não estão prontos

Para conhecer o verdadeiro “eu” de quem amam;

Há tempos sou apenas a pessoa que sou

Tem sido mais fácil, mas nem por isso melhor.

Sou alegre, mas não necessariamente feliz

Ultimamente, nem alegre, eu acho.

Talvez eu ande mais feliz do que alegre

Ou talvez, mais confusa do que feliz e alegre.

Eu queria respostas e não perguntas novas

Eu queria ser lembrada, mas por pouco tempo,

Não por tempo o suficiente pra saudade vir e fazer seu estrago.

Gosto de saber que pensaram em mim

Que lembraram de alguma bobagem que eu disse na hora errada

Gosto de saber que um sorriso, mesmo que de leve,

Apareceu nos lábios de um amigo

Enquanto ele lembrava algo que viveu comigo

Gosto de saber que contribuí, mesmo que só um pouco,

Com a alegria de alguém,

Mas detesto quando alguém fica mal e eu sou responsável por isso

Acabo me sentindo mal por isso

Aliás, detesto saber que meus amigos estão mal

Mesmo que não seja minha culpa.

Todos os dias temos inúmeras escolhas a fazer

Pode ser que as que eu fizer daqui pra frente

Deixem algumas pessoas, de quem gosto, tristes e eu vou detestar isso

Não espero (nem quero) que me entendam

Chega uma hora em que a vida de todo mundo

Deixa de ser um livro aberto

E eu não tenho nenhuma maturidade

Pra tá expondo tanto as besteiras que eu faço.

Vai chegar o dia em que aqueles que me temem

Já não precisaram mais disso;

Vai chegar o dia em que meus inimigos não terão mais

O prazer da batalha, eles terão vencido

E isso não lhes trará alegrias, apenas remorso;

Vai chegar o dia em que não importará mais quem eu realmente amei

Porque, apesar de tudo, eu amei ter passado pela vida de cada pessoa

E ter permanecido em algumas;

Vai chegar o dia... e não falta muito!

Já tô cheia demais de remendos

De tanto que eu já me quebrei e de tanto que já me quebraram.

Não quero mais remendos nem conserto

Quero começar do zero

Ou então, parar por aqui mesmo,

Se bem que ainda há muito pela frente

Pra eu já está pensando em parar.

Ultimamente meu lugar tem sido lugar nenhum

Parece que em todos os lugares

O vazio que eu costumava deixar foi preenchido

E agora eu estou sobrando...

Agora, nesse exato momento, parei um pouco

Refleti sobre minha vida e a vi tão frágil e pequena

Capaz de perecer a qualquer momento se eu quisesse

Ou mesmo contra minha vontade,

Quantos sentiriam minha falta?

Quantos sentirão?

Quantos já estão sentindo?

Eu nunca vou saber, Mas eles também não saberão

Por quanto tempo ainda sentirão minha ausência

Até poderem me ver de novo, ou simplesmente

Até me esquecerem.

Agora meus olhos pesam

Talvez minha pressão tenha baixado novamente

Ou talvez seja apenas hora de descansar

Esquecer um pouco a gravidade

E fugir do peso da responsabilidade,

Amanhã é um novo dia e é preciso força e coragem,

Mesmo que seja para não vivê-lo.

Nenhum comentário: