sexta-feira, 28 de março de 2008

Restos de refrigerante...


Eu abro a geladeira e vejo quantos restos de refrigerante há. Ninguém mais perceberia, mas há tanto em comum entre nós...
Enquanto bebo um copo com água, fico pensando q destino lhes darei, se ainda servem pra eu tomar, ou se o melhor é jogar logo fora. Parece algo tão idiota perder vários minutos se perguntando o q fazer com as sobras de refrigerante na geladeira, mas pra mim não é, cada uma daquelas garrafas de refrigerante me lembram de um momento importante com meus amigos queridos, pois cada uma daquelas garrafas, foi trazida por um deles.
É então q me pergunto o q fazer com os restos de lembrança de tantos momentos trazidos juntos com os refrigerantes... como jogá-los fora? Se desse pra colocar tudo numa garrafa, eu bebia logo de uma só vez! Assim, teria certeza de q continuariam em mim.
Afinal de contas, o q posso dizer q vai restar de mim? Será q apenas esse desenho mal feito de um corpo marcado pelos flagelos de cada dia...
O q vai sobrar do amor?
Pelo q aprendi, sua ferida precisa ser remarcada todos os dias, sem deixá-la cicatrizar para q ele não acabe. Mas não, ele não acaba, é sempre amor, mesmo q mude e mesmo q passe... o desejo é q muda, o amor não.
O desejo é tão infinito e ausente quanto Deus. Nenhum dos dois consegue nos saciar por muito tempo, por isso estamos sempre buscando uma nova alternativa, buscando o amor ou a esperança (ou a fé).


" ...E quanto mais tento acordar, mais pareço estar sonhando Sigo a minha caminhada, na mochila quase nada Só nos dois e nada mais Mas agora tanto faz, tudo que deixei pra tras No seu olhar, restos de sol..."

Eu sigo em frente (por que não?) sem olhar pra trás, vou esvaziando minha cabeça, meu coração, apostando minhas últimas fichas e sem me arrepender das q ficaram perdidas. Assim como os refrigerantes q vou esvaziando ralo abaixo porque já não servem pra preencher meu interior e procuro não me arrepender de tantos goles desperdiçados.
Agora tanto faz o q ficou pelo caminho, foi preciso q alguém atravessasse o oceano pra falar sobre o amor e me convencer q o q eu sinto ainda não tem nome, talvez seja só o objeto "faltoso" do desejo. Eu não culpo a Deus, Ele já anda ocupado demais com as dores do mundo e, além do mais, eu é q espero Dele a perfeição, espero q Ele me complete, mas o mais indicado pra me completar não fará isso.
Eu não vou mais trazer pra casa sobras de refrigerantes q nem sei se vou tomar. Vou organizar minha geladeira, já q é uma das poucas coisas q ainda tenho o poder de organizar.

Nunca me contaram como seria depois do "Felizes para sempre", acho q já é uma bora hora pra aceitar q ninguém fica tempo suficiente pra saber o q acontece.

"Eu abro a janela e deixo o sol entrar
Não é dor nem saudade
Só um pensamento triste,
Pois já não somos iguais..."

Nenhum comentário: